1. INTRODUÇÃO
A preservação ambiental tem
sido amplamente discutida nos últimos anos devido à preocupação com as
atividades industriais geradas pela atividade humana e o alto crescimento da
população. O problema da degradação ambiental é mundial, porém no Brasil o
surgimento da proteção legal ao meio ambiente, assim como nos países menos
desenvolvidos, está ligado a pressões externas feitas por países desenvolvidos
e por organismos multinacionais (CARLI, 2008).
Recentemente o termo sustentabilidade, definido nos Parâmetros
Curriculares “como o uso dos recursos de forma qualitativamente adequada e em
quantidades compatíveis com sua capacidade de renovação, em soluções
economicamente viáveis de suprimento das necessidades, além de relações sociais
que permitam qualidade adequada de vida para todos” tem recebido destaque em
relação à preservação do planeta. Os Parâmetros Curriculares trazem em seu bojo
as diversas conferências e reuniões internacionais, nas quais a recomendação é
investir numa mudança de mentalidade, de postura. Indica a Educação como
caminho necessário – mas não único - para mudar os rumos do planeta. Assim, é
que se propõe uma Educação destinada a trabalhar com atitudes, com formação de
valores, deixando de ter caráter apenas informativo e conceitual.
Os Temas Transversais
propostos pelos Parâmetros Curriculares são: saúde, pluralidade cultural,
cidadania, ética, meio ambiente, trabalho e consumo e educação sexual. Tais
temas deveriam ser os fios condutores das atividades das aulas, girando as
matérias curriculares em torno deles, transformando-se, então, em valiosos
instrumentos para o desenvolvimento de uma gama de atividades que trarão novos
conhecimentos, capazes de solucionar problemas, interrogações, em relação às
finalidades para as quais apontam os temas transversais. Os professores, pelo
papel que desempenham na sociedade, devem observar com mais atenção os
comentários de seus alunos, encontrando a partir daí o espaço para se trabalhar
o Tema Transversal Meio Ambiente. São eles que vivenciam os problemas ambientais,
tanto ecologicamente quanto socialmente visíveis, mas esses problemas já lhes
são tão corriqueiros que já não lhes chamam atenção da forma como deveriam
(PENTEADO, 2003) (MORENO, 2003).
Trabalhar de forma
transversal significa buscar a transformação de conceitos, a explicação de
valores e a inclusão de procedimentos, sempre vinculados à realidade cotidiana
da sociedade, tornando os alunos cidadãos mais participante. Cada professor,
dentro da especificidade de sua área, deve adequar o tratamento dos conteúdos
para contemplar o tema Meio Ambiente. Consequentemente, a transversalidade é a
possibilidade de se estabelecer, na prática educativa, uma relação entre
aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade)
e as questões da vida real e de sua transformação (aprender na realidade e da
realidade).
2. EXPERIÊNCIAS
A transversalidade já
se encontra no interior de diferentes disciplinas. Porém são poucos educadores
que demonstram esta presença no âmbito escolar. Muitos professores preocupam em
cumprir os conteúdos específicos referentes à sua disciplina e esquece-se de
trabalhar os temas transversais. O tema Meio Ambiente pode ser tratado em todas
as áreas de conhecimentos bastando abordar fatos simples do cotidiano e
discuti-los em sala de aula. Possuo uma experiência com os alunos do 3º ano do
Ensino Médio bastante relevante e enriquecedora para o aluno e para mim como
Educador. Em uma determinada aula sobre a estrutura de compostos orgânicos e
suas colorações, utilizei um copo contendo água e corante. Em seguida, foram
discutidos alguns pontos:
Como são coloridas as roupas
que vestimos? A água com corante utilizada para o tingimento é descartada? Pode
descartar água colorida em um corpo hídrico? Existe algum problema ambiental na
coloração de roupas???
Após estes
questionamentos e suas explicações os alunos ficaram interessados e assustados
com a quantidade de água que é utilizada pela indústria têxtil bem como a sua
possível contaminação ao corpo hídrico.
Desta forma foi
possível trabalhar o conteúdo especifico de química, meio ambiente e
responsabilidade social. Assim observa-se que ensinar de forma transversal não
é difícil basta possuir boa vontade.
3. CONCLUSÃO
É necessário que o
ensino ocorra através de temas transversais com intuito de obter cidadãos
críticos e conscientes sobre as distintas diversidades sociais. O educador
torna-se então uma peça chave e fundamental nesta troca de conhecimento, sendo
que cada um em sua respectiva área de conhecimento pode contribuir para esta
modalidade de visão social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARLI,
F.G. Assentamento
Campanário: Educação, Transversalidade “Meio Ambiente” e Desenvolvimento Local. 2008. 129 f.
Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Local) – Universidade Católica Dom
Bosco, Campo Grande.
PENTEADO, Heloísa D. Meio ambiente e formação de
professores. São Paulo: Cortez, 2003.
MORENO, Montserrat. Temas transversais: um ensino
voltado para o futuro. In: BUSQUETS, M.D.; CAINZOIS, M., et al. Temas Transversais
em educação – Bases para uma formação integral. Tradução de Cláudia Schilling.
São Paulo, Ática, 2003.