quinta-feira, 7 de novembro de 2013

TRANSVERSALIDADE E MEIO AMBIENTE

                                         

1.    INTRODUÇÃO



A preservação ambiental tem sido amplamente discutida nos últimos anos devido à preocupação com as atividades industriais geradas pela atividade humana e o alto crescimento da população. O problema da degradação ambiental é mundial, porém no Brasil o surgimento da proteção legal ao meio ambiente, assim como nos países menos desenvolvidos, está ligado a pressões externas feitas por países desenvolvidos e por organismos multinacionais (CARLI, 2008).  Recentemente o termo sustentabilidade, definido nos Parâmetros Curriculares “como o uso dos recursos de forma qualitativamente adequada e em quantidades compatíveis com sua capacidade de renovação, em soluções economicamente viáveis de suprimento das necessidades, além de relações sociais que permitam qualidade adequada de vida para todos” tem recebido destaque em relação à preservação do planeta. Os Parâmetros Curriculares trazem em seu bojo as diversas conferências e reuniões internacionais, nas quais a recomendação é investir numa mudança de mentalidade, de postura. Indica a Educação como caminho necessário – mas não único - para mudar os rumos do planeta. Assim, é que se propõe uma Educação destinada a trabalhar com atitudes, com formação de valores, deixando de ter caráter apenas informativo e conceitual.
Os Temas Transversais propostos pelos Parâmetros Curriculares são: saúde, pluralidade cultural, cidadania, ética, meio ambiente, trabalho e consumo e educação sexual. Tais temas deveriam ser os fios condutores das atividades das aulas, girando as matérias curriculares em torno deles, transformando-se, então, em valiosos instrumentos para o desenvolvimento de uma gama de atividades que trarão novos conhecimentos, capazes de solucionar problemas, interrogações, em relação às finalidades para as quais apontam os temas transversais. Os professores, pelo papel que desempenham na sociedade, devem observar com mais atenção os comentários de seus alunos, encontrando a partir daí o espaço para se trabalhar o Tema Transversal Meio Ambiente. São eles que vivenciam os problemas ambientais, tanto ecologicamente quanto socialmente visíveis, mas esses problemas já lhes são tão corriqueiros que já não lhes chamam atenção da forma como deveriam (PENTEADO, 2003) (MORENO, 2003).

Trabalhar de forma transversal significa buscar a transformação de conceitos, a explicação de valores e a inclusão de procedimentos, sempre vinculados à realidade cotidiana da sociedade, tornando os alunos cidadãos mais participante. Cada professor, dentro da especificidade de sua área, deve adequar o tratamento dos conteúdos para contemplar o tema Meio Ambiente. Consequentemente, a transversalidade é a possibilidade de se estabelecer, na prática educativa, uma relação entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real e de sua transformação (aprender na realidade e da realidade).


2.    EXPERIÊNCIAS


A transversalidade já se encontra no interior de diferentes disciplinas. Porém são poucos educadores que demonstram esta presença no âmbito escolar. Muitos professores preocupam em cumprir os conteúdos específicos referentes à sua disciplina e esquece-se de trabalhar os temas transversais. O tema Meio Ambiente pode ser tratado em todas as áreas de conhecimentos bastando abordar fatos simples do cotidiano e discuti-los em sala de aula. Possuo uma experiência com os alunos do 3º ano do Ensino Médio bastante relevante e enriquecedora para o aluno e para mim como Educador. Em uma determinada aula sobre a estrutura de compostos orgânicos e suas colorações, utilizei um copo contendo água e corante. Em seguida, foram discutidos alguns pontos:
Como são coloridas as roupas que vestimos? A água com corante utilizada para o tingimento é descartada? Pode descartar água colorida em um corpo hídrico? Existe algum problema ambiental na coloração de roupas???
Após estes questionamentos e suas explicações os alunos ficaram interessados e assustados com a quantidade de água que é utilizada pela indústria têxtil bem como a sua possível contaminação ao corpo hídrico.
Desta forma foi possível trabalhar o conteúdo especifico de química, meio ambiente e responsabilidade social. Assim observa-se que ensinar de forma transversal não é difícil basta possuir boa vontade.





3.    CONCLUSÃO


É necessário que o ensino ocorra através de temas transversais com intuito de obter cidadãos críticos e conscientes sobre as distintas diversidades sociais. O educador torna-se então uma peça chave e fundamental nesta troca de conhecimento, sendo que cada um em sua respectiva área de conhecimento pode contribuir para esta modalidade de visão social.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


CARLI, F.G. Assentamento Campanário: Educação, Transversalidade “Meio Ambiente” e Desenvolvimento Local. 2008. 129 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Local) – Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande.

PENTEADO, Heloísa D. Meio ambiente e formação de professores. São Paulo: Cortez, 2003.
MORENO, Montserrat. Temas transversais: um ensino voltado para o futuro. In: BUSQUETS, M.D.; CAINZOIS, M., et al. Temas Transversais em educação – Bases para uma formação integral. Tradução de Cláudia Schilling. São Paulo, Ática, 2003.

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